domingo, outubro 08, 2006

Dois filmes, duas actrizes.


World trade Center. Uma hora de algum desconforto com imagens que recordamos e nos trazem outras, imagens, à memória e depois outra hora onde o filme entra num registo mais calmo em que as mulheres dominam. Maggie Gyllenhaal e Maria Bello tomam conta, de forma muito diferente, do final do filme. É curioso que Oliver Stone tenha que filmar, bem, mulheres para fazer o seu melhor filme da última década. Posso dizer que gostei mas presumo que teria gostado de qualquer filme que abordasse o tema e que não fosse um descalabro total. O facto do inicio provocar algum mal-estar só pode ser bom sinal para o filme….

Volver. O Pior Almodóvar dos últimos anos. E mesmo assim não é mau. Dá um bocado a sensação que aquele argumento não se aguentava, não era bom o suficiente apenas e só para contar uma história, ou histórias, de uma, várias, vida(s), caso não houvesse um, ligeiro, twist no fim. As personagens são fortíssimas, as mulheres (aqui, em Almodóvar, são, quase, sempre mulheres), são magnificamente bem filmadas e interpretadas (mais ninguém consegue filmar Penélope Cruz assim), a repetição dos padrões de vida são metidos de forma subtil, mas parece que falta ali qualquer coisa. É bonzinho.



Maria Bello e Penélope Cruz. UMA já merecia o reconhecimento por uma carreira cheia de boas interpretações, já merecia qualquer prémio (sim, eu sei que não é por aí….mas, também, é!!!...) que lhe certificasse o grande valor, mais que provado nestes dois últimos filmes World Trade Center e Uma História de Violência (mas também pelo Má Sorte e pela participação no ER), Já merecia. OUTRA merecia o reconhecimento mundial (pela representação) e não, apenas, o Europeu. Na Europa representa os melhores papéis, vence prémios, encanta e é uma actriz de primeira apanha. Na América faz papéis de treta atrás de papel da treta (Bandidas, Capitão Corelli…). De certeza que não é só Almodóvar, Amenabar, Krawczyk, isto é, europeus que a sabem filmar. Já merecia um papel e uma personagem convincente num bom filme americano que lhe tirasse o estigma de bonitinha mas ….