domingo, dezembro 27, 2009

Resumo da Década (V): Filmes

O Quarto do Filho

É uma surra. Ver este filme produz os mesmos efeitos que levar uma sova. Lembro-me de sair do Saldanha e caminhar a Av. da República, só porque sim. Só porque era preciso faze-lo. É sóbrio, duro e real, a dor está por ali mas raramente se vê. Só visto. Imperdível.


O resto do pódio terá de passar pelo belíssimo e pungente (…é outra surra tremenda) Valsa com Bashir e ex-aequo para o Labirinto do Fauno e o Senhor dos Anéis. São incríveis na capacidade de passar para filme, para imagem a nossa imaginação, o mito, a lenda e a fantasia. Incríveis.

Além destes, há muitos outros que merecem referencia por um ou outro motivo. Obviamente a minha memória, ou ausência dela, contribuirá para tornar esta lista omissa de excelentes filmes, mas, por agora, vou fazer referência aos seguintes: Por Outro Lado, 3 Macacos e Gomorra (por não serem precisas palavras para se perceber o que se está a passar e para descrever sentimentos), A Criança e O Silêncio de Lorna (por serem magníficos e deixarem uma moinha), 4 Meses 3 Semanas e 2 Dias (por rebentar com uma pessoa), Gran Torino, Mystic River, 1000 Dollar Baby (pela excelência da luz, das interpretações e das histórias), Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos (por fazer rir com gosto), Gosford Park (por ser diferente, curioso e um exercício de cinema incrível), As Horas (por ser fiel ao livro e manter a excelência), O Pianista (por ser magnifico!!!), A Melhor Juventude (pela história, pela cadencia do filme e “por ficar”), o Dancer in the Dark (por nos fazer sentir coisas), Elephant (pelo constante contraste entre o Belo e o Monstro…a cena do “Montro” a tocar o For Elise enquanto se brinca com as armas faz confusão), Às Segundas ao Sol (pelas magnificas interpretações, por ser actual, por ser “ a história de milhões” e por ser muito bom), Mar Adentro (pela beleza dos monólogos) e a Última Hora (por ser incrível)

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Resumo da Década (IV): Séries




Sete Palmos de Terra


É melhor série de sempre. Mais nenhuma me (nos?) deixa num estado de ansiedade-neura-ligeira depressão, mais nenhuma série nos deixa a pensar nela durante tanto tempo, mais nenhuma série tem aquele tipo de humor (“God have mercy”), mais nenhuma série tem aquelas personagens que podíamos ser nós, mais nenhuma série é tão ausente de coincidências mais próprias de novelas e, por fim, mais nenhuma série é tão próxima da realidade. A vida é isto. É incrível. A melhor de sempre.


24 e Dexter completam o pódio. 24 porque é viciante e mantém-nos sempre alerta. Desde o primeiro episódio, da primeira série, que não consigo parar de ver. Jack Bauer (“drop your weapon, NOW!!!”) rules!!! Dexter por ser diferente, por aquele monólogos interiores, pela forma pausada de revelar a historia. Lembro-me de ver o ultimo episódio da primeira série e pensar que não queria que aquilo acabasse. Muito bom.

Claro que o ER também devia estar no pódio. Mas a série não soube parar. Devia ter acabado com a saída do Dr. Carter….mas não foi assim e perdeu com isso. Contudo, Carter, Benton e Green fazem parte de um imaginário colectivo e são personagens inesquecíveis. Depois há que mencionar o Big Love, pelo retrato da sub-cultura mórmon e pela originalidade, os Anjos na América, por nos meter no meio do que parece ser uma, constante, trip de ácidos, Heroes, por ser excelente e viciante, House, pelo Dr. House, Damages, pela estrutura intricada da série que nos obriga a estar sempre muito atentos e sem saber o que pode acontecer, Supernatural, por ser cool, Nip Tuck, por…bem, por ser o Nip Tuck, os Homens do Presidente, por ter classe e por ser uma série de politica dura e crua sem se tornar aborrecida, a Anatomia de Grey e a Bones, por terem personagens que uma pessoa aprende a gostar apesar de serem séries muito levezinhas e, às vezes, um bocado tontas, o Sem Rasto e o Mentes Criminosas, por terem conseguido sobreviver aos CSI’s com qualidade…especialmente o Mentes, e claro o CSI, o Las Vegas e o Nova Iorque…enquanto houve paciência para ver estas séries elas eram porreiras. Mas....o Sete Palmos é que é!!!!!

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Resumo da Década (III): Música


The Rat, The Walkmen


Fico com um sorriso estúpido na cara, dá-me uma agitação motora, o meu pé ganha vida própria e canto/grito as letras como se não houvesse amanhã. Por esta música apanhei a seca da vida com a Duffy e fui horas mais cedo para um festival….para depois o vento não a deixar ouvir bem. Enfim, é a melhor música da década para mim. Digna, porém diferente, sucessora de Paranoid Android e Street Spirit. Adoro.

Completam os pódio o Wolf Like Me, que me dá a mesma agitação motora; e o Elephant Gun porque…porque sim. Porque faz sentido que assim seja!!!

Mas há mais!! Muitas mais músicas excelentes que não me canso de ouvir. Entre elas temos: Black-Hearted Love, Take me Out, Wake Up, Neighbourhood #1,2,3,4, Gospel, Santa Clara, Reckoner, When The Sun Goes Down, Weird-Fishes/Arpeggi, Inni Mer Syngur Vitleysingur, Jigsaw Falling Into Places, Nude, Videotape, Pioneer to the Falls, Start a War, Mr. November, Standing in the Way of Control, This Nite, Intervention, Keep the Car Running, In the New Year, Another One Goes By, Paris is Burning, This Fire, Do You Want To, Another World, I’m a Lady, LES Artistes, Mr. Brightside, As I Sat Sadly By Her Side, Pagan Poetry, Turn Into, Oxford Comma, A-Punk, Hoppipolla, Rebelion (Lies), Kids, Time to Pretend, Crying Lightning, Svefn-g-Englar, Is This It, New York City Cops, Seven Nation Army, You Only Live Once, Staralfur, Magic Position, The Age of Understatement, Meeting Place, Somebody Told Me, Tiergarten, Human, Nothing Really Ends, Across the Universe (by Rufus), Your Love Alone, Stand Inside Your Love, A Dustland Fairytale, Superman, Psychotic Girl, So He Wont Break, White Winter Hymnal, Oliver James, Out of Control, Villarejo, Infinito Particular, Amor I Love You, Blind, Tribulations, Skinny Love, Never Miss a Beat, Mistaken for Strangers, I Predict a Riot, All The Thing's That I've Done, Everyday I Love You Less and Less, The Pioneers, Fake Empire, This Modern Love, So Here we Are, Chicago…sei lá, e muitas muitas mais. Estas são só aquelas que me lembro, assim, de repente, mas há muitas e muitas mais. Contudo, The Rat, para mim, é a melhor!!!!

terça-feira, dezembro 15, 2009

Resumo da Década (II): Álbuns

Kid A, Radiohead


O que dizer de Kid A?!?! Depois do incrível, e disco da década de 90, Ok Computer os Radiohead reinventaram-se com esta obra prima. A melodia é mais calma, as letras mais murmuradas e estranhas, as canções muito mais difíceis e, mesmo assim, continua a ser profundo e magnifico. É incrível pensar que este é o disco seguinte a OK Computer, é uma transformação, uma mudança de génio.

O resto do pódio vai para Funeral, dos Arcade Fire. Álbum em que quase todas as músicas têm um som épico e dão vontade de gritar a plenos pulmões as letras; e Memórias, Crónicas e Declarações de Amor, da Marisa Monte, pela harmonia perfeita do álbum, pela bela voz da autora e por me ter demonstrado que também consigo ouvir musica brasileira…apesar de continuar a só ouvir Marisa Monte.

Existem mais, muitos mais discos que merecem referência, mas só me apetece destacar os seguintes: Agaetis Byrjun, dos Sigur Rós (que dizer deste disco sem palavras?), Turn on the Bright Lights, dos Interpol (as guitarras!!! sempre as guitarras!), Boxer, dos The National (todas as músicas são bonitas e ajudam a remoer problemas), Amnesiac e In Rainbows, dos Radiohead (canções e mais canções de inalcançável qualidade), Mezzanine, dos Massive Attack (a minha introdução à electrónica), o No More Shall We Part, do Nick Cave (por ser Nick Cave e por isso ser sinónimo de qualidade), o álbum homónimo dos Fleet Foxes (rock coral rocks!!!), Silent Alarm, dos Bloc Party (por ainda ouvir o disco como se não houvesse amanhã), o homónimo dos LCD Soundsystem (por me fazer apetecer dançar), o, também, homónimo dos Franz Ferdinand (por continuar a ouvir com prazer), o Poses, do Rufus Wainwright (pela voz, pela música de cabaret e por ser excelente), o Is This It, dos Strokes (pela velocidade das músicas que dão vontade de saltar) e o primeiro dos Vampire Weekend e dos MGMT (por serem a próxima grande coisa e por serem discos excelente)

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Resumo da Década (I): Séries de 30m

CALIFORNICATION

É a série que mais me apetece ver. Tão bem escrita que consegue passar um ar de normalidade à total loucura que por ali passeia. Ainda não vi a terceira época mas a forma como a série ultrapassou o, constante, sentimento de pena que Hank Moody sentia na primeira época, naquele assustadoramente bom episódio final, e passou a estar mais ligada a relações e sentimentos, sempre com muita loucura, sexo e drogas à mistura, foi muito boa. É a série curta... de, meu, culto

O resto do pódio vai para 30 rock, o digno sucessor de Seinfeld (sinceramente, até acho que é melhor, bastante, melhor que o Californication, mas já “gosto” da Becca, Karen e do Hank Moody e quero que tudo lhes corra bem) e única série a fazer-me rir como se não houvesse amanhã e para Entourage. A saga de Vincent Chase e companhia + Ari é hilariante, inovador e acertou em cheio.

Quero dizer ainda o seguinte: acho que o How I Met Your Mother (o Barney é das melhores personagens da historia da TV) e o Weeds (valores ao contrário e deboche = incredulidade e muito riso) são excelentes. E que o Scrubs, o My Name is Earl e As Novas Aventuras da Velha Christine são engraçados (a Julia Louis-Dreyfus é magistral).


Ps – obviamente, estas listas que aqui colocarei sofrerão com o meu esquecimento. Com certeza faltarão coisas que adorei e que, na altura que escrevia os post respectivos, não me lembrei delas. Há medida que me for lembrando tentarei corrigir. Mas, acima de tudo, tentarei que fique logo tudo bem à primeira….como belo obsessivo que, orgulhosamente, sou!!!

terça-feira, dezembro 01, 2009

Jorge Lopes

A notícia da morte de Jorge Lopes deixa-me mesmo triste. Uma voz que me acompanhou anos e anos a fio em horas infindáveis de atletismo. Só a voz. Raramente me lembro de lhe ver a cara, mas a voz era constante. De tal forma que, este ano, perante a ausência da voz a comentar os Campeonatos do Mundo, o meu primeiro comentário foi: “óo, não é o Jorge Lopes”. Fico mesmo triste.