domingo, janeiro 27, 2008

Banda de Post só para ela:

The National!! Boxer é excelente, excelente. O disco todo são grandes canções. Obviamente que há umas muito boas, mas não há uma fraquinha. Já tinha ficado surpreso com o disco anterior, Alligator, mas agora fiquei conquistado. Deixo aqui Fake Empire, ao vivo, e Mistaken for Strangers, em teledisco.


The National, Boxer, Fake Empire


The National, Boxer, Mistaken for Strangers

África tem um tempo diferente

Mia Couto demonstra-o em todos os livros dele. Desde a maneira como (re)cria palavras à forma como mete o tempo-espaço nos seus livros. A Varanda do Frangipani não varia do estilo habitual. Uma árvore, África, o branco desajustado das tradições africanas e do ser, idoso, africano. Livros que se lêem muito bem e que são sempre giros, estes os do Mia Couto. #5

Àaaa, granda filme – VII (Gato Preto, Gato Branco)

Que há a dizer sobre Gato Preto, Gato Branco de Emir Kustorica?!?! Filme pulsante em que a música, de tom cigano, marca o filme. Filme que deixa uma pessoa abananada e com vontade de o voltar a ver maisemaisemais vezes. Deixo aqui em baixo a maravilhosa cena do arrancar do prego. Mítico!!!!!!!!!!

sábado, janeiro 26, 2008

A Herança do Vazio

de Kiran Desai passa-se na região himalaia da Índia e em Nova Iorque. Na Índia vive um antigo juiz, com a neta, o cozinheiro, uma cadela e uma série de vizinhos simpáticos, em Nova Iorque vive o filho do cozinheiro: Biju. A diferença no estilo de vida do juiz com a da neta e da relação desta com um nepalês a luytar pela independência do Nepal e da de Biju é o livro. A forma como Desai a transmite e nos fala de noções como nacionalidade, modernidade, tradição e a angústia da imigração forçada e de como tal nem sempre resvala para uma vida melhor faz a diferença. Muito bom, apesar de se demorar um bocadinho a entrar. #4

Olha que belo filme para Pitt brilhar

Andrew Dominik faz um grande filme em O assassínio de Jesse James pelo cobarde Robert Ford. Em quase três horas de paisagens deslumbrantes e planos incríveis consegue por Brad Pitt e Casey Affleck a fazerem o melhor papel da carreira. Também por lá anda Mary Louise Parker (sim, a do Weeds), mas aparece muito pouco tempo. Perto do fim temos direito a uma balada de Nick Cave. No fundo é um óptimo western sem a acção dos antigos westerns e isso é digno de nota. Um dos melhores filme que vi nos últimos tempos (aquele inicio, com Pitt no meio da seara… pá, muito bom!!)

BRMC

Depois do ligeiro fracasso do disco anterior, Howl, Baby 81 devolve-nos os Black Rebel Motorcycle Club em grande. Música boa atrás de música boa, que tem em Windows a Grande faixa do disco. Já era tempo de terem um espaço aqui em Lisboa só para eles: Coliseu, parece-me muito bem. Entretanto, também ouvi Exit Decades, dos Cut City, e gostei. Não adorei, mas ainda os vou ouvir mais algumas vezes. Em baixo, como não há teledisco, fica o registo ao vivo de Windows.



Black Rebel Motorcycle Club, Baby 81, Windows

Antony Gormley

Uma Caixa Para um Anjo II, 1990

As gigantes asas só podem fornecer liberdade. Só podem. Contudo, de tão grandes, ficam a bater nas paredes, e dessa forma, não pode voar. Contudo é o equilíbrio entre as grandes asas e a figura, criada a partir do próprio Gormley, que encanta. Equilibro quase perfeito que é difícil de alcançar. Muito bem

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Peru - Machu Picchu

Não há muito a dizer sobre Machu Picchu. A não ser que não há uma única foto que lhe faça justiça. Uma única. Só estando lá. Não há muito a dizer, não há palavras para descrever.













quarta-feira, janeiro 23, 2008

Mais um português

Rodrigo Guedes de Carvalho faz em Canário o livro com assinatura mais pessoal que já li dele. Finalmente vai-se conseguindo afastar de A. L. Antunes e começa a criar um estilo próprio. Canário fala da vida de um presidiário, de um escritor, da mulher do escritor e da filha do escritor…mas acima da tudo fala das vida e de como é sempre tudo a perder. Bom livro. #3

É pá, já chega: demitam-no!!

Dizer que no jogo Sporting-Porto, espera que o Porto vença…. É motivo para despedimento por justa causa. Então agora, que o primeiro lugar ainda é matematicamente possível, apesar de quase impossível (eu sei…), mas matematicamente possível, o Benfica joga para o segundo lugar?!?! Inadmissível!!!

Acabadinho, acabadinho de ouvir na Radar

Capitão Romance, que saudades!! O Monstro Precisa de Amigos, o grande disco dos Ornatos Violeta. Faz-me lembrar comboios (chekabum, chekabum) e viagens enormes. Meto aqui, também, o. enorme, Ouvi Dizer, com o Vítor Espadinha…mítico, apenas e só, mítico!


Ornatos Violeta, O Monstro Precisa de Amigos, Capitão Romance


Ornatos Violeta, O Monstro Precisa de Amigos, Ouvi Dizer


Ps - Fico sempre com pena de lanterninha

domingo, janeiro 20, 2008

Àaaaa, que belos tempos se avizinham!!!

Campeonato da Europa de Andebol, Taça de África das Nações e fase final do Open da Austrália (força Federer....)

José Luís Peixoto

… escreve muito bem. É um escritor de primeira água. A forma como narra, a maneira como utiliza a repetição a seu proveito, a capacidade de nos prender ao livro e a maneira como exprime a tristeza e a perda são assombrosas. Em Cemitério de Pianos, José Luís Peixoto ficciona a vida de Francisco Lázaro, atleta português que morreu na maratona dos jogos olímpicos de Estocolmo, em plena prova. E fá-lo muito bem, belíssimo livro que nos agarra e não nos deixa ir embora. #2

Ano zero = acabou

Com Year Zero, Trent Reznor acabou com os Nine Inch Nails. Ultimo disco de uma banda que começou em grande, depois acalmou e com os últimos dois álbuns teve um, óptimo, ultimo fulgor. Year Zero é bom! Os NIN crus, com canções rápidas e electrónica a ajudar as guitarras e as baterias. Gostei e tenho pena que tenha sido o ultimo (apesar de achar ……). Devendra Benhart e Hard-Fi também lançaram discos que passaram pelo meu leitor: Smokey Rolls Down Canyon Thunder e Once Upon a Time in the West. O de Devendra vai ser encostado pois gostei mais do anterior, Niño Rojo, e este desiludiu-me um bocado, já de Hard-Fi gostei mais deste e ainda o vou ouvir mais algumas vezes…mas não muitas. Vou mas é ouvir (e ver o espectacular teledisco) NIN….


Nine Inch Nails, Year Zero, Survivalism

Six Degrees

Série que estreou no Canal 2, há duas semanas atrás. Apenas com uma temporada Seis Degraus parte do principio que cada um de nós está ligado a outra pessoa por um máximo de seis pessoas (é mais ou menos isto). A série é engraçada, pois estamos à espera e a tentar adivinhar como é que cada personagem vai estar ligado à próxima situação, etc. Eu não desgosto, não é nenhuma maravilha, e sempre arruma com a segunda-feira à noite. Além disso, tem Bridget Moynahan e Shiri Appleby (que também participa muito ao de leve em Jogos de Poder) que digamos assim…são umas brasas!!!!

E pronto, venha de lá uma guerra…

Filme que quase parece uma incrível ficção, mas é uma, irreal e incrível, história verídica. Mike Nichols (o do Closer) filma Tom Hanks, Julia Roberts e Phillip Seymour Hoffman a recriarem a forma como um obscuro senador americano conseguiu arranjar fundos para financiar os afegãos na luta contra a invasão soviética e a forma como depois os deixaram ao abandono (e agora sabemos como isso acabou, não é?). Só a realidade pode ser assim, nenhuma história inventada teria aquele argumento. Filme muito engraçado com magnificas interpretações.

domingo, janeiro 13, 2008

"Marisa Monte

e a voz sublime que Deus lhe deu" (notar o não haver diferença entre o disco e o ao vivo; ver, também, isto)


Marisa Monte, Universo em Meu Redor, Meu Canário

Ian McEwan

Ian McEwan é um escritor no total das suas capacidades. A capacidade narrativa está como nunca esteve e isso faz com ele crie grandes livros de qualquer história. Na praia de Chesil relata a noite de núpcias de um casal, virgem, com muitas ilusões e enormes medos. Mas relata também a história e vivências de cada um deles até chegarem àquela noite. A diversos graus de espessura e a lucidez de McEwan é incrível e isso transforma um livro num belo romance que vale muito a pena ler. #1

Àaaa, granda filme – VI (Elephant)

Gus Van Sant filma a tragédia de Columbine. Filma-a sem pudores e, há que o dizer, de forma magistral. A forma como o filme começa retrata um dia normal de escola, só que na realidade não o é. Contudo, a forma como o filme está feito cria um mau estar crescente porque sabemos o que vai acontecer, porque está à frente dos nossos, e dos deles, olhos o que se vai passar e não se consegue fazer nada. Incrível filme sobre uma tragédia. Deixo aqui a cena em que o belo (Fur Elise, de Beethoven) é tocado por um dos “monstros” – é esta constante dualidade que dá cabo de uma pessoa.


Felix Gonzalez-Torres

Sem Título (EUA hoje), 1990

Sem Título (EUA hoje) consiste num monte de coces encostado a um canto de uma galeria de arte. Os visitantes podem, e são convidados, a retirar alguns e desta forma, com o autor a dar algo as pessoas que o vêm ver o processo inverte-se. Quantas vezes se vai a uma galeria para receber algo? Existe uma espécie de comunhão entre o criador e o publico. O monte é reabastecido diariamente o que torna este processo ilimitado e sem fim. Esta subversão da relação entre a arte e o observador é muito bem conseguida. Muito bom.

Juro

que, hoje, apetecia-me não gostar de futebol e, por artes mágicas, o resultado do Benfica ser-me indiferente.

sábado, janeiro 12, 2008

Sexo, dinheiro e...poder

Dirty, Sexy, Money é uma série que anda à volta de Nick (Peter Krause, ex-Sete Palmos), advogado de uma das famílias mais ricas de Nova Iorque, os Darlings, que provavelmente assassinaram o seu pai. O episódio piloto foi muito bom: rápido, com música, ritmo, humor, variações sobre as bizarrias de cada elemento da família Darling e certeira, o segundo episódio já baixou um bocadinho. No entanto, não deixa de ser um olhar diferente sobre a vida no topo, os seus podres e a forma de os encobrir, tudo isto de forma ligeiramente light.

Ps - A série estreou na TVI e isso não pode ser bom!! Para a série e para nós, à medida que os episódios vão avançando. Por agora está a dar à meia-noite, quando começar uma novela nova ou quando as audiências baixarem, vamos ver o que nos reserva.

Segundo disco dos Kaiser

E, para mim, safaram-se. Os Kaiser Chiefs não fizeram um discotão bom quanto o anterior, Employment, mas fizeram um disco, Yours Truly, Angry Mob, engraçado que se houve muito bem e que vai rodar no meu leitor algum tempo. Já Pantha du Prince, This Bliss, realmente não é o meu estilo. Oiço e não me diz nada. Dispenso. Em baixo, toca The Angry Mob, pelos Kaiser Chiefs.


Kaiser Chiefs, Yours Truly, Angry Mob, The Angry Mob

A juventude é isto

Paranoid Park retrata a juventude. A falta de objectivos, o deixar andar porque nada realmente interessa, o preferir andar de Skate do que fazer amor (porque isso implica uma relação e gasto físico), sei lá…Paranoid Park é o retrato fiel do que existe. Gus Van Sant realiza este filme, pequenino, menos de 90m, sem actores conhecidos, em que a vida de um skater adolescente é atravessada (é ver o filme para ver se ficou transformada ou igual) por um incidente. Brilhante.

Peru - Aguas Calientes

Também conhecida por Machu Picchu Pueblo, esta povoação situada num vale profundo, rodeada de verde (selva!), com o rio Urubamba a correr no meio, com o som do rio a passar e com um tecto de nuvens parece, pela descrição, uma das cidades maiss belas do mundo, não parece (foto 1)? Pois, mas provavelmente é a cidade mais FEIA do mundo, onde nem uma praça engraçadinha, rodeada de selva, com uma igreja, estátua e uma árvore, a salva (fotos 2 e 3) . Crescimento desenfreado de casas (foto 4), restaurantes sujos (foto 5) e lojaselojaselojaselojaselojas para turistas fazem deste ponto de passagem obrigatório para Machu Picchu, é aqui que chega o Vistadome (foto 6) e se apanham os autocarros até à fortaleza Inca mais visitada do mundo, um local horrível, onde correm galinhas no meio das pessoas (foto 7) e o comboio passa no meio da povoação. Porém, se se quer ver o Machu Picchu em condições, livre de milhares de pessoas é local obrigatório para passar a noite, caso contrário estamos destinados a ver a Cidade Inca com os milhares de pessoas que chegam, e vão embora, nos três comboios diários. Dormindo em Aguas Calientes pode-se deixar que as pessoas desçam de Machu Picchu e, então, podemos subir para a cidadela e ter as pedras, as ruínas…um Mundo só para nós. É um mal necessário.







(de cima para baixo: O vale onde se situa Aguas Calientes, com o Urubamba e as montanhas e selva circundantes; Plaza Central com estátua a pachacutec e a igreja, a selva logo ali atrás; Árvore na Plaza Central; O, feio, pueblo; Teias de aranha e outros bichos mortos no candeeiro de um, mau, restaurante na Plaza Central; A estação de comboio com a natureza circundante; Galinhas a passear)

domingo, janeiro 06, 2008

Andy Goldsworthy

Uma fila de folhas de ácer vermelho flutua no riacho de uma montanha…e está feita arte. Temporária, é certo…mas arte. Goldsworthy envolve-se com os recursos naturais para demonstrar o efémero e o tenso equilíbrio entre a Natureza e o homem. Devido ao tempo limitado das obras estas acabam por ser registadas em fotografia, como é o caso desta. Muito giro.

Àaaa, granda filme – V (Ondas de Paixão)

Filme, de 1997, poderosíssimo de Lars Von Trier que marcou um ponto de viragem na minha cinematografia. Emily Watson faz de Bess, uma mulher que vive numa pequena comunidade cujo marido fica paraplégico e lhe pede para ter sexo com outro homens. O filme, depois do acidente, gira à volta da culpa e da forma de Bess lidar com a culpa. Watson é absolutamente magistral, papel da vida, e o filme é lindo. Não há muitas cenas de qualidade no Youtube, por isso deixo aqui a da cabine telefónica….

Duvel

Álcool 8,5% e 33cl. Cerveja dourada de grande qualidade fabricada na Bélgica segundo os formatos tradicionais. Bebe-se de uma penada, a cerveja parece que evapora, e no fim fica-se com a sensação que se acabou de beber uma boa cerveja (devia ter comprado mais).

sábado, janeiro 05, 2008

Já cá canta (em formato faça você mesmo)



E... para celebrar o facto deixo aqui o teledisco de uma das melhores canções do disco: Nude


Radiohead, In Rainbows, Nude


Ps – sobre ESTA canção, Thom Yorke disse o ISTO

Cronenberg e a violência

A violência que sai da historia, que faz sentido na historia, sem se tornar gratuita, misturada com alguma ternura contada de forma a lembrar os grandes escritores russos: esta é a genialidade de David Cronenberg. Em Promessas Perigosas acompanhamos o rude Nikolai (Viggo Mortensen), que está ligado a uma das mais perigosas e mafiosas famílias de Londres, e Anna (a bela Naomi Watts) uma parteira que se vê envolvida em algo gigantesco. É um belo filme que merece ser visto. Cronenberg raramente falha e desta feita voltou a não o fazer.

Peru - Valle Sagrado

À volta de Cuzco encontramos o Valle Sagrado dos Incas, sempre acompanhado pelo belo rio Urubamba (foto 1 e 2), onde encontramos ruínas em toda a parte. Mesmo à saída de Cuzco há 4 grandes ruínas. Saqsaywamán, enorme complexo religioso e militar (3 e 4), onde se vê bem os 3 planos Incas: Condor (o bixo verdadeiro, foto 5), Puma e Serpente (foto 6). Esta ruína tem a pedra mais pesada a ser movimentada pelo império Inca (7) e quechuas com vicunhas para tirar fotografias (8); Q’enqo, um labirinto em forma de pedra com vistas maravilhosas de Cuzco (foto 9), Pukapukara, local de passagem e pagamento de impostos (10 e 11) e Tambomachay, local de banhos pourificadores situado a uma loucura de mais de 3.700 metros (12, 13). Um bocado mais longe há Ollantaytambo, pequeníssimo pueblo Inca criado em honra do grande guerreiro Inca Ollanta, situado num vale e bem preservado (14), dominado por uma enorme fortaleza Inca (15 e 16) e protegido por três deuses esculpidos (pela natureza ou pelos Incas, não se sabe) nas montanhas circundantes (17,18 e 19). Majestosos locais que só fazem imaginar como teriam sido no seu apogeu. Incrível.


















(de cima para baixo: El Valle Sagrado com o rio Urubamba e plantações de milho; rio Urubamba; Saqsaywamán; fortaleza de pedra de Saqsaywamán (plano do Puma); um Condor; Saqsaywamán e os três planos – serpente (o chão, local de cerimonias), o Puma (fortaleza, local dos homens) e o Condor (local dos Deuses e sacerdotes); a pedra mais pesada; locais com vicunhas; vista de Cuzco de Q’Enqo; Pukapukara; Lama em Pukapukara; Tambomachay; a fonte em Tambomachay; Ollantaytambo enfiada no vale; fortaleza Inca em honra de Ollanta; fortaleza Inca em honra de Ollanta; Deus na montanha; Deus na Montanha; Deus na Montanha)