terça-feira, outubro 31, 2006

Pollock (será isto pintura?).

Era uma vez um pintor bom mas razoável, com interesse por Jung, que andava a pintar estas coisas, boas mas nada de assustadoramente bom.


Pollock, Macho e Fêmea, 1942


Depois, depois de um período de 6 meses de fracasso e no final do prazo, pinta isto numa noite e numa manhã. Uma noite e uma manhã. Foi o tempo que demorou passar de mero mortal para a imortalidade, foi o tempo que demorou passar do bom para o Génio. Num dia e numa noite pintou isto:


Pollock, Mural, 1944



A partir daí…foi quadro genial,


Pollock, Full Fanthom Five, 1947



atrás de quadro genial…


Pollock, Névoa Lacanda: Número 1, 1950

segunda-feira, outubro 30, 2006

Livro


Fragmentos de Uma Vida, de Aharon Appelfeld. Mais um livro sobre o holocausto e a sobrevivência. Não é uma narrativa contínua, mas sim capítulos, com sequência temporal, mas independentes entre si. Aborda a infância do autor antes da guerra, o depois da guerra (depois da fuga) na Europa, o chegar a Israel, Israel nos anos 50 e o recomeçar a viver. Tem momentos duríssimos, outros que nos tocam e outros que nos passam mais ao lado. Mas numa altura em que a geração que passou pela segunda guerra mundial está a acabar e que o Holocausto se aproxima a passos largos de se tornar mais uma página da história que ninguém vivo…viveu, nunca é demais ler bons livros sobre este tema. A resistência ao esquecimento é necessária. Assim….diria que este livro é uma obra, por vezes, triste e forte (sem ser, por exemplo, um Sem DestinoImre Kertesz), sobre um tema que não é para esquecer.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Como se entrevista um Ogre?!?


Não me interpretem mal. Este senhor, para mim…e o blog é meu, é o melhor escritor português vivo. Não há dúvida. É o melhor escritor português depois de Eça e de Herculano. Mas como é que se entrevista António Lobo Antunes?!? A postura, as palavras e o pensamento são rudes. Há ali uma ligeira loucura e uma arrogância atroz que o tornam…um ogre. A fronteira entre a genialidade e a loucura é, realmente, muito ténue.



Da entrevista, alem do que já disse, ficaram as seguintes pérolas:


Fui para medicina, era o curso que me repugnava menos. O que eu queria era trabalhar numa livraria e ler os livros à borla.

Aquilo a que chamamos experiência, é a repetição do erro.

Todos os sentimentos trazem em si o seu contrário, veja a ambivalência dos filhos pelos pais.

Próprio do homem é viver livre numa prisão.

Mário Soares falou comigo para o apoiar, disse que sim por amor, nem o ouvia bem, não li o programa e não votei.

É muito raro aparecer um escritor com talento, mas de vez em quando Deus faz alguém à sua medida.

Ninguém ganha uma guerra, todos perdem. A perda de um miúdo de 20 anos é irreparável.

O meu avô deu-me calorias de afecto (lindo!!!!!): puxava-me os cobertores, dava-me beijos.

Quinta-feira, não é?!?

Já a luz se apagou do chão do mundo
deixei de ser mortal a noite inteira
ofensa grave a minha, que tentei
misturar-me aos duendes na floresta.
De máscara perfeita, e corpo ausente,
a todos enganei, e ninguém nunca
saberia que ainda permaneço
deste lado do tempo onde sou gente.
Não fora o gesto humano de querer-te
como quem, tendo sede, vê na água
o reflexo da mão que a oferece,
seria folha de árvore ou sério gnomo
absorto no silêncio de uma rima
onde a morte cessasse para sempre.


(30, Duende, António Franco Alexandre)

Música

De apenas dois álbuns falarei aqui neste post. Do último dos Scissor Sisters e do, No Wow, dos The Kills.

Dos Scissor Sisters digo apenas: nã!!! Este revivalismo disconight não é para mim. Gosto do single e de outra mas, no geral, não me convenceu. É mesmo isto: nã!!

Os The Kills são uma história totalmente diferente. É uma bela banda e, No Wow, é um belo álbum. Gostei muito. Algumas das músicas passaram directamente para o meu Mp3. Só conhecia uma, a que está no teledisco abaixo (e que belo teledisco*), mas rapidamente passei a gostar da banda. Numa palavra: bom.


The Kills, No Wow, The Good Ones


* - já se beijavam, não!! (se forem irmãos, como os White dos Stripes, é uma bela porcaria este teledisco!!!...mas não devem ser.)

quarta-feira, outubro 25, 2006

UUUUUUUUUUUIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii


Quem bom, que bom, que bom!!!!

Só duas coisinhas...

1 - Porquê que cada vez que o Benfica vai ao porto calha-lhe um árbitro de Setúbal para apitar o jogo?!?! Mais...em sete jornadas é a segunda vez que este árbitro vai apitar o Benfica, sendo que da primeira expulsou-nos um jogador “por palavras”. Depois do que se viu na semana passada não promete nada de bom...


2 – Entretanto à vinda para o trabalho, o meu Ipod lá me fascinou outra vez. Ele é mudanças de estilo abruptas, ele é músicas que não oiço há imenso tempo, ele é um espectáculo. Depois de Marisa Monte, passa para o Pulp Fiction (Girl...), Pink Floyd e acaba com Metallica. Muito bom. Estou tão, tão, contente com ele, mas já o tinha dito não era (era!!!). Em homenagem, sincera, ao meu Ipod aqui estão os Metallica com Until it Sleeps


Metallica, Load, Until it Sleeps


Ps - é um teledisco do catano, à lá Bosch!!!!!

domingo, outubro 22, 2006

SL Benfica (em 3 actos)

1 - Alguém me explica porquê que sofremos para ganhar ao Estrela?!?

2 - Karyaka...teve para ser dispensado (marcou, hoje, um golo)

3 - Miccoli foi expulso, quase metade da equipa levou amarelos. Miccoli não joga com o Porto...claro!!! Boa, Xistra, valeste o ordenado. Sobre este assunto remeto-vos para aqui.

Veneza (livro e algo pessoal)




Do galardoado pelo Nobel, Joseph Brodsky, li este Marca de Água. São 90 páginas dedicadas a Veneza. Este pequeníssimo livro é uma ode à cidade italiana. É a vivência do autor na cidade, com os seus recantos e habitantes.








Da cidade, Brodsky diz o seguinte: “…esta cidade não se presta a ser um museu, sendo ela própria uma obra de arte, a maior obra-prima que a nossa espécie criou. Não se renova um quadro, e menos ainda uma estátua. Há que deixá-los em paz, guardá-los dos vândalos – de cujas hordas talvez nós próprios façamos parte.”






Fazendo parte da horda que já andou pela cidade, EU acho que Veneza é como uma mulher, aquela mulher que fica na cabeça e não se esquece. É bonita, envolvente e num momento, 2/3 segundos apenas, agarra-nos pelos….colarinhos levanta-nos ao ar e depois puxa-nos para baixo e ficamos ali esmagados, siderados, embasbacados em puro deleite perante Aquele momento de pura beleza. Pode acontecer à entrada da praça de São Marcos, numa pequena praça com Oliveiras ou até numa loja minúscula de máscaras. Pode acontecer em qualquer lado…com a certeza que vai acontecer. Comigo foi o reflexo da fachada, banhada pelo sol, da pequena igreja de San Simeone Piccolo nas águas do grande canal. Naqueles segundos, percebi, sem sombra de dúvida, que aquele era o instante, aquela era a imagem de Veneza que ia recordar para o resto da minha vida. Depois viria Rialto, a Basílica de São Marcos, etc…todas aquelas imagens colectivas que toda a gente tem. Ali Veneza apanhou-me e só pude reconhecer-lhe o encanto. Depois…as águas agitaram-se e a imagem, aquele instante foi-se. Puff… Como uma mulher, Veneza é caprichosa só mostra o que quer, quando quer, enquanto quiser.

Ps – O uso não autorizado das fotos fora deste blog não é permitido…

Ps1 – Obviamente estava a gozar no ps anterior….

Filme e, dahhh, música


A Dália Negra. Não posso dizer que não gostei, mas também não posso dizer que tenha gostado. Da mesma parelha (Ellroy / Palma) o LA Confidential é melhor. Este argumento é confuso e, por vezes, torna-se difícil de acompanhar. Mas gostei do ar a filme de série B e da tentativa de aproximação ao suspense de Hitchcock. Hartnett vai bem e a voz dele marca bem o ritmo do filme, Scarlett…vai sempre muito bem! (sobre ela tenho ainda uma coisa a dizer: a menina escolhe bem os filmes. Não está a embarcar numa loucura de filmar tudo o que lhe aparece à frente só para aparecer), Eckhart (o sargento) e Swank é que já não gostei tanto. O primeiro acho que exagera na representação e Swank nunca, nunca!!!, pode ser a mulher-fatal. È óptima actriz, é espectacular, mas é feia que nem um cavalo. Se tivesse de dizer…razoável.


Quanto a música é para dizer que o disco Tyrannosauros…., dos Hives é melhor que o Barely Legal, que o segundo álbum do David Fonseca é péssimo (só tem uma música que se aproveite), e que os Ok Go (disco: Oh No!), são razoáveis. Porém, têm esta música muito gira. Aqui está ela:


Ok Go, Oh No, A Million Ways

sábado, outubro 21, 2006

Música...e dois telediscos.


Estes senhores são muito bons. O álbum é muito, mas mesmo, muito engraçado. Get Myself Into It e Don Gon Do it são clássicos instantâneos. Depois, com as contínuas audições, rapidamente encontramos outras músicas muito giras. Gostei muito. Realmente surpreendeu-me. Mais hip-hop/rap ouvi os Spank Rock, com yoyoyoyo. Não é o meu estilo…mas os miúdos (o Teixeira do meio estava maluco) lá no trabalho adoraram. Sei que existe aqui uma conclusão a tirar…mas não me apetece tirá-la. The Rapture...:


The Rapture, Pieces of The People we Love, Get Myself Into It




Entretanto, num daqueles zappings dei por mim a ver, na Vh1, os 5 melhores/maiores hinos rock da história. Em primeiro lugar ficaram os Gun’s com o Sweet Child. Mas o que me espantou foram duas coisas: 1 – onde estavam os Metallica?!?!...em lado nenhum, claro!!! 2 – o segundo lugar foi o que se segue. Peço particular atenção aos movimentos sensuais do vocalista quando houver 1m29s. É assustador e, coisa que eu não sabia, é suposto ser rock (só pode ser pelos cabelos compridos…):


Bon Jovi, Living on a Prayer

sexta-feira, outubro 20, 2006

Acabadinho de ouvir….

Para mim é dos melhores telediscos da história...pelo perfeito non-sense. Pela música (claro!!!), os vestuários à Miami Vice, os maneirismos e toques do vocalista e resto da banda, os dançarinos....absurdo!!! Tão absurdo que roça a genialidade.


Coldplay, X & Y, The Hardest Part.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Quinta-feira….dia de poesia


Antes da poesia quero só dizer que li este Uma Abelha na Chuva, de Carlos de Oliveira…e que é espectacular. Espectacular. Devorei o livro, é realmente óptimo. Atrevo-me a dizer que é uma obra-prima. É indispensável ler. Muito, mas mesmo, muito bom.


Agora sim....poesia:

Perdemos repentinamente
a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos
conservar

mas levamos anos
a esquecer alguém
que apenas nos olhou

(Calle Príncipe, 25; José Tolentino Mendonça)

The Killers (e outros sons...)

EU GOSTO!!!... Não é melhor que o Hot Fuss, nem sequer é parecido. Acho que é muito desigual. Tem músicas que gosto muito e outras (duas ou três) que não consigo acabar porque, realmente, não me entram no ouvido. Também gosto do single (que mais ninguém parece gostar). Em suma, não percebo porque é que se está a bater tanto no álbum. Não é tão bom como o primeiro…e daí?!, são a primeira banda a quem isso acontece?!?! Não percebo. E só para irritar, aqui está o single:


The Killers, Sam’s Town, When You Were Young


Ps – entretanto também ouvi o Silence is Sexy, dos Einsturzende (sempre bons e diferentes), voltei a ouvir o Felt Mountain, dos Goldfrapp (e já não achei tão bom), o Nino Rojo, do Devendra (uma surpresa…) e o último Depeche, Playing the Angel (típico Depeche: duas ou três muito boas e algumas para encher…)

terça-feira, outubro 17, 2006

Que seria de esperar de dia 17?!?!

"todo o dia" à espera do jogo. E no fim...fica 3-0. Contra uns coxos.
3-0!!!!

...

Porque sim, porque é verdade e porque dois anos depois….

Vincent van Gogh, Irises, 1889

segunda-feira, outubro 16, 2006

Oríon


Partindo do episódio verídico da expulsão, para São Tomé e Príncipe, das crianças judias, por Dom João II, Mário Cláudio cria a história de vida de sete dessas crianças. É um livro pequenino que reflecte a fragilidade das minorias face ao poder. Lê-se muito bem e é muito engraçado.

domingo, outubro 15, 2006

Auto-retrato

No final desta semana, horrível, isto é o auto-retrato possível.


Francis Bacon, Study For a Portrait

quinta-feira, outubro 12, 2006

E o Nobel vai para....

Orhan Pamuk


Não me surpreende. Não tendo acesso à totalidade da obra, guio-me pelo magistral O Jardim da Memória. Neste livro, num livro apenas, a forma como ele confronta na pessoa da velha Istambul e de Galip a melancolia, o misticismo e a identidade dos nossos passados (neste caso de uma Istambul cheia, carregada, de história e de um Galip impregnado de cultura islâmica e, por que não dizê-lo, turca) com a realidade e os novos tempos é fabulosa. É o confronto das orações à hora marcada transmitidas pelos minaretes Vs. os cinemas de filmes ocidentais, a burka Vs. a mini-saia, a Istambul Vs. a Europa que chega. E onde, no meio destes conflitos, se situa a identidade de quem vê o tempo mudar.

É muito bom. Realmente, não me surpreende. E apenas li um livro.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Pequenas coisas....

1 - João Moutinho e Vanessa Fernandes DOMINAM!!!! Não há nada a fazer. O primeiro jogou e fez jogar a selecção de sub-21 que derrotou, brilhantemente, os russos e assim se apurou para o Europeu do ano que vem. A Vanessa Fernandes é assustadoramente boa. Ele é triatro, duatlo, corta-mato e meias-maratonas (com tempos fabulosos face às profissionais da “corrida”), ela faz tudo bem. Com sorte, sem lesões e boa gestão de esforço nos Jogos Olímpicos de 2008 é forte candidata.


2 - Amanhã nomeiam o prémio Nobel da literatura 2006. A ver vamos...


3 - Já tenho em casa o novo dos The Killers, Sam’s Town. Antes de ouvir quero só deixar aqui bem claro: Hot Fuss, o disco anterior, é magnífico. Dificilmente este será melhor. Hot Fuss tem músicas espectaculares que merecem ser lembradas, assim sendo...aqui vos deixo:


The Killers, Hot Fuss, Somebody Told me

Ps – queria ter posto o All These Thing That I’ve Done, mas não encontrei nenhum vídeo que me agradasse

Ps1 - Para quê falar da selecção!?! Eu já costumo criticar quando ganham, agora que estão por baixo vou-me calar e dizer: força, vamos conseguir…perdemos um jogo e não o apuramento. Agora critique quem, apenas, os aplaudiu porque eles estavam na mó de cima. Criticar quando está tudo bem é que dá gozo. Força rapazes……

terça-feira, outubro 10, 2006

Livro e cd’s, muitos cd’s…


A Maldição dos Faraós. Este livro de Elizabeth Peters cumpre bem a função de desanuviar. É divertido, aprende-se algumas coisas sobre o antigo Egipto, tem intriga e lê-se de forma muito descontraída. Muito, mas mesmo muito ligeiro. Às vezes também é preciso….


Na aparelhagem (será que alguém ainda ouve música nas aparelhagens?!? …eu não!!!) vai existindo uma mistura entre coisas novas e recordações. Nestas voltei a ouvir os Interpol, Turn on the Bright Lights, e os Gorillaz, Demon Days. Os Interpol soaram-me a Editors (claro que quem gosta mais dos Interpol diz que os Editors soam a Interpol…) o que não é mau e os Gorillaz soaram bem…como sempre soam. Nas novidades Júnior Boys, So This is Goodbye, que não é o meu som, definitivamente…não é o que eu oiço. E os Every Move a Picture, Heart = Weapon, com um disco estranho onde as restantes músicas estão muito longe do brilhantismo do single. Como ia por uma música destes álbuns pensei qual ia por…dividido entre que música escolher…resolvi por duas. A melhor dos Gorillaz e o grande single dos Every Move a Picture


Gorillaz, Demon Days, Dare


Every Move a Picture, Heart = Weapon, Signs of Life

segunda-feira, outubro 09, 2006

Porque não e completamente ao acaso...

Dorme, amor!...Uma estrela nascente
Treme, suave, quando vem o vento leve.
Vibrando com o frio, o portão
Desenha os seus contornos no crepúsculo

Dorme!...Esta noite serei uma pomba
Descerei, leve, sobre a tua cortina
Para sobre o peito te cruzar as asas
E sem ruído, depois, te abraçar.
(Illé Tuktash)

e

Lembras-te, meu amor
quando passeamos
de barco
no lago
do vale
da montanha

Eu nada disse
Tu nada disseste
E ambos sentimos o mesmo
(Ko Un)

domingo, outubro 08, 2006

Dois filmes, duas actrizes.


World trade Center. Uma hora de algum desconforto com imagens que recordamos e nos trazem outras, imagens, à memória e depois outra hora onde o filme entra num registo mais calmo em que as mulheres dominam. Maggie Gyllenhaal e Maria Bello tomam conta, de forma muito diferente, do final do filme. É curioso que Oliver Stone tenha que filmar, bem, mulheres para fazer o seu melhor filme da última década. Posso dizer que gostei mas presumo que teria gostado de qualquer filme que abordasse o tema e que não fosse um descalabro total. O facto do inicio provocar algum mal-estar só pode ser bom sinal para o filme….

Volver. O Pior Almodóvar dos últimos anos. E mesmo assim não é mau. Dá um bocado a sensação que aquele argumento não se aguentava, não era bom o suficiente apenas e só para contar uma história, ou histórias, de uma, várias, vida(s), caso não houvesse um, ligeiro, twist no fim. As personagens são fortíssimas, as mulheres (aqui, em Almodóvar, são, quase, sempre mulheres), são magnificamente bem filmadas e interpretadas (mais ninguém consegue filmar Penélope Cruz assim), a repetição dos padrões de vida são metidos de forma subtil, mas parece que falta ali qualquer coisa. É bonzinho.



Maria Bello e Penélope Cruz. UMA já merecia o reconhecimento por uma carreira cheia de boas interpretações, já merecia qualquer prémio (sim, eu sei que não é por aí….mas, também, é!!!...) que lhe certificasse o grande valor, mais que provado nestes dois últimos filmes World Trade Center e Uma História de Violência (mas também pelo Má Sorte e pela participação no ER), Já merecia. OUTRA merecia o reconhecimento mundial (pela representação) e não, apenas, o Europeu. Na Europa representa os melhores papéis, vence prémios, encanta e é uma actriz de primeira apanha. Na América faz papéis de treta atrás de papel da treta (Bandidas, Capitão Corelli…). De certeza que não é só Almodóvar, Amenabar, Krawczyk, isto é, europeus que a sabem filmar. Já merecia um papel e uma personagem convincente num bom filme americano que lhe tirasse o estigma de bonitinha mas ….

sexta-feira, outubro 06, 2006

Disco # 1 – Sexta-feira


O toque de génio.

# 5 – Out to Get You (Faixa 1)



James, laid, Out to get You


Ps – Ficaram a faltar o Low Low Low, Lullaby, Knuckle Too far, Ps, Dream Thrum e, principalmente, o One of The Three.

E é isto….


O novo presidente da liga de clubes no dia da posse vociferou o seguinte:

o caso apito dourado é uma vergonha para a justiça portuguesa”.

A plateia de dirigentes-arguidos bateu palmas. Claro, para o futebol português o apito dourado não é uma vergonha. Claro, para eles o apito dourado não é uma vergonha. Claro, eles continuam lá todos. Claro…vai ser tudo igual. Claro!!!!!!!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Disco # 1 – Quinta-feira

O single e a mais conhecida. Todos cantámos isto.

# 4 – Sometimes (faixa 2)


James, Laid, Sometimes

O Mestre de Petersburgo e Cd’s….


Partindo de um facto histórico, a perda de um enteado, Coetzee cria esta história sobre o grande mestre russo: Dostoievski. Cria ambientes e personagens em tudo semelhantes às do mestre sem, no entanto, deixarem de ter, especialmente nos diálogos, curtos e desconcertantes (como na obra-prima: Desgraça), o toque de Coetzee. Aqui aparece o mestre a chorar sem aparecerem as típicas salvações dostoievskanas, de facto, aqui, ninguém o ajuda, até o atrapalham. Por vezes torna-se um bocado monótono com os debates entre Dostoievski e Nechaiev sobre a Rússia e o ser russo, mas no geral é um bom livro. Torna-se especialmente engraçado para quem conhece a obra do grande escritor russo e assim consegue identificar nomes, personagens ou situações inspiradas nos seus livros (Crime e Castigo, O Jogador…). Além disso… é um livro sobre O mestre


No meu cd têm passado álbuns a uma grande velocidade e sem deixarem muita saudade. Passou o Snow Borne Sorrow, dos Nine Horses (muito normalzinho), o Little Things, de Hanne Hukkelberg (algo na voz dela toca-me num nervo qualquer e desagrada-me. Tem uma voz límpida e canta bem, mas….) e os Grandaddy, The Sophtware Slump. Este ultimo é o melhorzinho dos três, mas mesmo assim não me maravilhou. Tem esta música muito engraçada que aqui vos deixo.


Grandaddy, The Sophtware Slump, Hewlett's Daughter

quarta-feira, outubro 04, 2006

Disco #1 - Quarta-feira...

Um clássico.

# 3 - Say Something (faixa 5)


James, Laid, Say Something

terça-feira, outubro 03, 2006

Disco #1 – terça-feira….

O exemplo das letras fortes, dolorosas e mágicas deste álbum. Lindo.

# 2 - Five-o (faixa 6)



James, Laid, Five-o

Azar e mais desnortes….

Alguém me explica porquê que depois do Benfica jogar bem e ganhar de forma convincente, o campeonato pára? Foi assim depois de vencer o Áustria Viena e é assim agora, depois da vitória face ao Aves. Resultado…em Leiria vamos ser goleados.

Mais….alguém me explica porque se pôs o Rui Costa a jogar 45m se havia risco de ficar sem ele 1 mês?

E para quando um departamento médico que aparente saber (já nem peço que saiba mesmo!) o que está a fazer?

segunda-feira, outubro 02, 2006

Discos da minha vida (#1)


1993, 15 aninhos, músicas tristes….não se quer mais nada. Laid, dos James é fabuloso. De uma das bandas mais desvalorizadas da história, este álbum, mascarado de simplicidade está cheio, cheio de músicas fabulosas que nos fazem parar, pensar e depois apaixonar por elas. Com a voz de Tim Booth no seu melhor, os James fazem aqui um álbum com letras fortes, dolorosas e sólidas e melodias de sonho que se colam ao ouvido e de lá não querem sair. Laid é um dos cd’s da minha vida. Não sei se foi o primeiro a embasbacar-me, mas quando pensei falar dos álbuns que mais gostei este veio-me logo à cabeça (curiosamente, neste momento, não sei exactamente em que local é que ele se encontra). Vão ser cinco dias, cinco músicas. Começando….

# 1 – laid (faixa 11)


James, Laid, Laid

domingo, outubro 01, 2006

Para combater a inércia…um GANDA* post

Enquanto não me apetecia escrever a minha vida continuou. Nada de muito excitante, mas lá vai indo com o do costume: música, livros, atenção às artes, Benfica, cinema…. Como costumo partilhar as minhas opiniões sobre esses assuntos resolvi (re)começar com a mesma coisa…para não sentirem a diferença, claro. Fá-lo-ei por pontos, é mais fácil e evita as passagens bonitas e, por vezes, metidas a martelo. Here we go….

1 – Apercebi-me que só tenho um livro do meu escritor preferido. Só tenho o Crime e Castigo, os outros (quase toda a obra) li emprestados. Tenho, rapidamente, que corrigir isto.

2 – A minha escolha musical actual está a mudar. Estava numa fase mais barulhenta e agora dei por mim a gostar dos “miados límpidos” de Jeff Bucley no albúm duplo, Sketches for my sweetheart the Drunk. Obviamente não parei de ouvir barulho e, dando uma de revivalista, toca a ouvir o Doolittle, dos Pixies. E é oficial, eles são bons (este teledisco é tão mau, tão mau...que até se torna giro).


Pixies, Doolittle, Here Comes Your Man


3 – Tenho estado a ver uma série nova. Invasão, no canal 1. Vi o primeiro episódio por descargo de consciência, do estilo…deixa-me cá ver se isto presta… e já percebi que vou ver a série toda.

4 – Achei absurdo a decisão da Deutsche Oper de cancelar uma ópera de Mozart por nela, a certa altura, aparecer a cabeça de Maomé decepada. Se tivermos em conta que ela aparece ao lado da cabeça de Jesus, Buda e Poseídon e que o motivo do cancelamento foi, apenas e só, a cabeça de Maomé digo: estou farto de ver o Ocidente de cócoras face ao Oriente. A censura preventiva é uma derrota e algo intolerável!!!!!!

5 – Luzboa : Da zona Vermelha acho que toda a zona que vai do Jardim S. Pedro de Alcântara até ao Príncipe Real está magnifica. A zona Verde é a piorzinha, sofre do efeito da luz das montras. Gostei de ver a rua de Santa Justa desde o Elevador. De cima esta engraçado, mas sofre com as outras luzes. Da zona Azul, a Rua da Saudade e o largo de Santo António estão muito, mas mesmo, muito bem. O largo então está espectacular.

6 – Fernando Santos diz que o ano passado o Benfica só tinha um ponto e que este ano já tem 4. Gosto TANTO de ver o meu Benfica ser nivelado por baixo.

7 – Li um livro espectacular. Mao II, de Don DeLillo. Ele escreve de forma crua, inteligente e sem concessões. É um livro de 1991 que nos remete para a individualidade Ocidental Vs. a multidão Oriental. Para o facto de o poder de influenciar opiniões estar a mudar. Dantes eram os escritores e os jornalistas a mudarem pensamentos, agora (atenção, que foi escrito em 1991) são os terroristas com as suas bombas. Só para vos lembrar, 13 anos mais tarde deste extraordinário livro, em Espanha, as eleicções para o governo espanhol mudaram por efeito de bombas e de terrorismo. É sublime. DeLillo é um mestre.




* de tamanho, claro!!!!