segunda-feira, janeiro 22, 2007

Babel


Ao terceiro filme Inarritu é aclamado e vê o seu filme vencer prémios mainstream e não alternativos, como aconteceu com Amor Cão. É difícil dizer qual dos três filmes mais conhecidos dele é o melhor. Amor Cão, 21 Gramas e Babel são iguais na forma como a história é contada: saltos temporais e narrativas cruzadas com ligações que apenas se compreendem no fim ou com algum trabalho mental por parte do espectador. Pois é aqui que este Babel perde para os outros: as ligações entre as histórias são-nos dadas muito facilmente e há personagens, principais, que são periféricas à trama global, caso da miúda japonesa. Não deixa de ser um grande filme, com interpretações fantásticas, que, muitas vezes, nos deixa sem fôlego e incomodados. É muito, muito bom, mas não é melhor que, por exemplo, 21 Gramas e isso desiludiu-me um bocadinho.

Ps – não deixa de ser curioso que um filme de um realizador mexicano, sem produtores ou escritores americanos, falado em marroquino (árabe?), japonês, espanhol e pouco inglês tenha ganho o globo de ouro para melhor filme, enquanto um filme de realizador americano (Clint Eastwood), com produtores americanos, tenha ganho o globo de ouro para melhor filme de língua estrangeira (Cartas de Iwo Jima).