segunda-feira, dezembro 11, 2006

O exercício freudiano de Bond


Não deixa de ser curioso que depois de conhecermos tudo, venha um filme explicar-nos o porquê do que conhecemos. É duro, claro...a mulher que amava traiu-o e morreu, não tem limites, claro...nem a M o controla e gosta de carros caros, claro...deram-lhe logo um Austin Martin.

Daniel Craig é um bom, e duro, Bond, mas, se por acaso a série de filmes levar um sentido diferente e for preciso mais emoção, duvido que tenha a habilidade, como actor, de mostrar uma expressão facial consentânea. Dizer que é o melhor Bond de sempre parece-me muito prematuro (não nos podemos esquecer de Connery). Acima de tudo é um filme que se vê sem bocejos, nem pensamentos de “isto não é possível, só mesmo o Bond”.

Em suma, agradou-me o facto de o "filme Bond" ter deixado de ser uma meia palhaçada, um sem número de gadjets engraçados e inúmeras proezas e perseguições impossíveis, e ter sido um filme de espiões, seco e duro…e bom. Venha o próximo.