terça-feira, dezembro 12, 2006

Há uns tempos era Albrecht Altdorfer


Durante algum tempo este foi o meu quadro preferido. A Batalha de Issus, de Altdorfer. Confesso, que não sei bem porquê. Acho que é pela monumentalidade do quadro e pelo céu, não sei bem. Sei que gosto. É um quadro de 1529, por um alemão meio desconhecido, logo…nem sequer sei como é que o descobri.

O quadro é a batalha de Alexandre contra Dário. É o ocidente, Grécia, a lutar e vencer o oriente, Turquia, na batalha que na altura foi vista como a batalha que mudou o rumo da história. Também foi visto como uma vitória do cristianismo (daí a lápide no céu a comunicar a derrota de Dário), em que se evita o armageddon, na imagem da noite, que parece pairar sobre o quadro, a ser substituída pelo sol (que surge à direita, com reflexo na água),

É um quadro em que heróis de carne e osso substituem santos (depois do Renascimento e de Lutero), em que aparecem mulheres no campo de batalha, em que a qualidade de pormenores é fabulosa (turcos de turbante e gregos de armadura) e em que se começa a tentar recriar uma realidade geográfica factual, apesar de ligeiramente desproporcionada. Assim: Chipre é, suposto ser, a grande ilha que se vê como pano de fundo; tenta-se recriar as oito nascentes do Nilo; …apenas a montanha não se encontra na realidade, na cidade de Tarsus, suposta cidade berço de S. Pedro (daí a igreja).

Depois veio a Barca dos Loucos e o Jardim das Delícias (Bosch, portanto…).