
Há 10 anos, no sudoeste, vi Portishead pela primeira vez ao vivo. Não conhecia uma única música. No final do concerto estava esmagado. Cheguei a Lisboa comprei os discos…continuei esmagado. Depois iniciou-se uma longa espera que cristalizou a maravilha da memória do primeiro concerto e criou o medo de estragar essa memória com um novo. Ao fim de 10 anos chega Third, o novo álbum. Nas primeiras audições soa demasiado estranho, parece que toda e qualquer melodia bonita foi deliberadamente estragada por sons estranhos, bizarros, duros e agrestes. Hum…não sei se quero ir ao concerto!! Mas fui. E porra, que bela escolha. Não só não estragou a memória do primeiro concerto como adicionou a, bela, memória de um segundo. As novas músicas ao vivo ganham novas roupagens e ganham a voz angelical de Beth Gibbons por cima dos sons. Por falar em som, estava perfeito e permitiu que Beth, mais uma vez, me esmagasse e me arrepiasse (Roads…). Mysterons, Numb, Wandering Star, Over, Cowboys (poderosíssima ao vivo) e, claro!!!, Roads…. são imortais e Thread, Nylon Smile e We Carry On carregam bem a bandeira. Mais um concerto dos Portishead com o som perfeito, a voz perfeita e a duração perfeita. Fogo….