Radiohead, Amnesiac, Pyramid Song
Há 1 dia
Prometo não falar de amor De gostar e sentir Portanto não vou rimar Com dor ou mentir (Rui Reininho)
Em Um Capricho da Natureza, Nadine Gordimer faz uma junção quase perfeita entre o foro privado e o mundial, através da história de Hillela, mulher, branca, sul-africana. É um livro que nos vai envolvendo no, lento, crescer da personagem e que culmina num crescendo muito bem conseguido. Aborda a passagem para o poder negro e fá-lo através da luta da personagem para fisicamente, emocionalmente e moralmente existir e crescer numa época de racismo e injustiça. Ainda não li todos de Gordimer, mas dos que li, esta é a obra-prima. #27
este livro de Gabriel Garcia Marquez, A Aventura de Miguel Littin, Clandestino no Chile. Talvez tenha achado isso por se tratar de um relato do regresso do realizador chileno, Miguel Littin, ao Chile do qual foi obrigado a exilar-se e não de uma narrativa retirada directamente da cabeça do genial colombiano. Mas, mais que a história, vale pelo retrato do clima de terror e tensão do Chile de Pinochet. Lê-se. #26
Na adolescência, o mais tarde tradutor, Ricardo apaixona-se pela chileninha, que afinal não é chilena, Lilly, no Bairro de Miraflores, Lima, Peru. Mais tarde apaixonar-se-à por ela em Paris, Londres, Tóquio e Madrid. Sempre um passo atrás de Lilly, ele é completamente manipulado, enganado e usado sem nunca conseguir bater com a porta. É uma paixão arrebatadora que retira toda a ambição ao pobre tradutor da ONU mas que lhe confere a, parafraseando a vizinha parisiense, “mais bela história de amor”. Llosa escreve este livro, de amor, sem utilizar lugares-comuns, nem cair no ridículo. Como mestre que é faz deste Travessuras da Menina Má um belo, belo livro que se torna impossível não devorar. Grande livro, fabuloso escritor. #25
Gabriel Allon é o artista e assassino da Mossad que está, outra vez, presente neste livro de Daniel Silva. Morte em Viena traz memórias do holocausto e ensina mais qualquer coisa sobre esse período. Como o anterior é um óptimo policial, com um belo ritmo, que nos prende do princípio ao fim. Só achei que a personagem principal, Gabriel, estava mais frágil e mais hesitante que da última vez. Pode haver um motivo, apercebi-me agora, ao escrever isto, mas na altura pareceu-me um defeito no livo. #24
Em mais um romance extraordinário, Fiódor Dostoiévski constrói na perfeição a trama e a densidade psicológica. Criando personagens (Páviel Pávlovitch Trussótzki, no papel do Eterno Marido, encornado e “doente” ) inesquecíveis e mantendo o suspense, os encontros e desencontros e o ritmo a uma velocidade altíssima. É um livro pequeno, para escritor russo, mas que vale bem a pena. Muito engraçado. #23
li Ontem não te vi em Babilónia. Mantém a estrutura dos anteriores, mas é melhor que o anterior. Sempre me pareceu que os livros de António Lobo Antunes se assemelhavam à, minha, lenta passagem da vigília para o sono. Agora, ele fez um livro que é exactamente isso: as personagens estão numa noite de insónia e são as imagens e os, clássicos e típicos, lampejos de memória que as unem, desta feita, ao contrário do que achei no último, de forma perceptivel e coerente. Como todos os Lobo Antunes é um romance cor-de-rosa ao contrário, mas é um belo romance. #22
Bloc Party, Weekend in the City, não é um tiro ao lado, mas também não é um tiro certeiro. Falta o ritmo e a velocidade do antecessor, mas, a contra-balançar isto, as músicas estão mais complexas e mais arranjadas. Confesso que esperava algo mais próximo do primeiro, mas presumo que todas as bandas têm de evoluir, não é? Aqui fica The Prayer…,
Bloc Party, Weekend in the City, The Prayer